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Aplicativo de mudanças | 2021

Sobre o exercício
Esse projeto foi um desafio pessoal para aprimorar minhas habilidades em design de produtos. A proposta do exercício consistiu em criar um aplicativo que resolvesse os problemas enfrentados pelos usuários ao lidar com mudanças ou ao contratar serviços de frete para o transporte de cargas maiores. A ideia principal era desenvolver um aplicativo que funcionasse como um "Uber" para motoristas de frete, proporcionando uma fonte adicional de renda para eles.
Pesquisa inicial
Para obter uma compreensão mais aprofundada do cenário e do setor, conduzi uma pesquisa abrangente sobre o tema. Além disso, analisei os comentários e avaliações de aplicativos já existentes relacionados ao assunto, bem como as principais reclamações registradas no Reclame Aqui sobre serviços de mudança. Também tive conversas com diversas pessoas para discutir suas experiências e percepções sobre o assunto. Com base nessas atividades, pude identificar os principais insights e conclusões relevantes.
Jornada do usuário e Jobs To Be Done
Após realizar uma pesquisa inicial, estabelecemos duas personas para representar nosso público-alvo. Em seguida, mapeamos as principais etapas das jornadas desses usuários durante uma mudança de imóvel, identificando seus ganhos desejados, dores e tarefas a serem cumpridas, considerando aspectos funcionais, sociais e emocionais.

Com base nesse material, realizamos uma pesquisa quantitativa para selecionar os resultados mais relevantes. Pedimos aos entrevistados que classificassem, em uma escala de 1 a 5, a relevância de cada tema e sua satisfação atual em relação a eles. Identificamos que os itens considerados mais importantes, mas que geravam maior insatisfação entre as pessoas, representavam as melhores oportunidades de negócio e entregavam maior valor. Utilizamos os resultados dessa pesquisa para classificar esses desejos em uma matriz de valor, permitindo a priorização dos itens identificados.
Certezas, suposições e dúvidas
Após mapearmos as principais oportunidades, organizamos todas as informações que tínhamos confirmadas sobre o projeto, as suposições que fizemos e as dúvidas que ainda precisávamos esclarecer em uma matriz CSD (Certezas, Suposições e Dúvidas). Ao longo desse processo, surgiram novos insights, questionamentos e identificamos problemas que precisavam ser solucionados.
Definição do MVP
Após identificar as principais oportunidades, questionamentos e problemas a serem resolvidos, embarcamos em um processo de descoberta de soluções. Transformamos cada um desses elementos em perguntas-chave, visando encontrar maneiras de resolvê-las. Para cada questão, realizamos benchmarking de empresas que já encontraram soluções para situações semelhantes.

Em seguida, criamos um quadro para cada pergunta, onde listamos possíveis funcionalidades que poderiam ajudar a solucioná-las. Posteriormente, realizamos a priorização dessas funcionalidades, levando em consideração critérios como o valor agregado para os usuários (com base no trabalho de Jobs To Be Done), a complexidade técnica, o retorno para o negócio e o que é essencial para construir um MVP (Produto Mínimo Viável) e testar a solução.
Com base nisso, definimos a proposta de valor do nosso aplicativo, que chamamos de Muver. Ele é uma plataforma que visa simplificar um momento complexo na vida das pessoas: a mudança de imóveis. Por meio do Muver, os usuários poderão encontrar rapidamente fretes disponíveis com apenas alguns cliques, obter orçamentos, acompanhar pedidos, contar com garantias contra danos e extravios, além de contar com opções flexíveis de pagamento.

Uma diferença importante em relação aos concorrentes é que o nosso aplicativo oferece uma plataforma para que os prestadores de serviços de frete possam se cadastrar, receber pedidos e gerar uma renda extra, de maneira semelhante ao modelo adotado pelo Uber. Essa funcionalidade proporciona uma oportunidade única para os motoristas de frete aumentarem seus ganhos e ampliarem suas oportunidades de trabalho.
Para testar a viabilidade do produto, avaliar a aderência ao mercado e medir os resultados, planejamos selecionar algumas cidades estratégicas como pilotos. Essa etapa seria realizada em escala reduzida, sem incluir serviços como organização, encaixotamento, desmontagem e montagem de móveis na primeira versão. Esses recursos seriam implementados em incrementos nas versões futuras.

Para mensurar os resultados após o piloto, definimos as métricas-chave que utilizaríamos como base de avaliação.
Userflow
Nesse exercício, concentramos nossos esforços no desenvolvimento do MVP do aplicativo voltado para os clientes, deixando de lado a parte dos prestadores de serviços.

O primeiro passo foi criar um fluxo simplificado para compreender as principais interações e integrações. Esse fluxo desempenha um papel crucial ao fornecer uma visão abrangente do processo e facilita a comunicação com as equipes responsáveis pela implementação. Isso garante um processo de handoff eficiente com as squads envolvidas.
Arquitetura da informação
Com base nas interações necessárias, realizamos um benchmarking para analisar como outras aplicações resolveram cenários semelhantes. Em seguida, começamos a esboçar soluções manualmente, o que é um excelente exercício para estimular a criatividade e também oferece praticidade nessa fase inicial. Durante essa etapa, já levamos em consideração fatores importantes do Design de Interação, como a acessibilidade dos elementos com o alcance dos polegares nos smartphones, considerando o uso de apenas uma mão.
Com base nas ideias iniciais dos esboços rápidos ("rabiscoframes"), avançamos para a criação dos wireframes das telas. Essa abordagem permitiu que desenvolvêssemos soluções de forma ágil e pudéssemos testá-las usando um protótipo de baixa fidelidade.
Teste de usabilidade
Utilizamos os wireframes como base para criar um protótipo rápido e, em seguida, realizamos testes de usabilidade usando a ferramenta online Maze.

Os resultados dos testes foram bastante positivos. Os participantes dos testes, que tinham entre 18 e 29 anos, representando um público com alta probabilidade de adesão, devido à sua pouca experiência em lidar com mudanças por conta própria, consideraram a missão do teste fácil de ser realizada. Além disso, destacaram que a navegação era intuitiva e todos conseguiram concluir o teste com sucesso.

Uma oportunidade identificada foi a necessidade de reduzir o texto explicativo na página inicial, que pode ser um elemento de distração e atrapalhar a navegação fluida do usuário.
Identidade, Design Tokens e Componentes
Iniciamos a definição do visual selecionando a cor principal, que é o roxo da marca Muver. Essa escolha se deve ao fato de possuir um alto contraste e apresentar pouca variação para pessoas com daltonismo, garantindo a acessibilidade visual.

Para manter a consistência visual em todos os componentes, estabelecemos padrões predefinidos de cores e estilos. Esses padrões são a base para a criação dos Design Tokens, que podem ser utilizados no desenvolvimento de um Design System. Essa abordagem garante a coesão visual em toda a aplicação e facilita a manutenção e escalabilidade do design.
Com o objetivo de alcançar escalabilidade no processo e garantir consistência, criamos uma biblioteca de componentes. Esses componentes desempenham um papel fundamental na criação do Design System.
Protótipo de alta fidelidade
A partir dos wireframes e da biblioteca de componentes, progredimos para a fase de desenvolvimento das telas, onde aplicamos a versão visual do design e criamos um protótipo de alta fidelidade.
Protótipo navegável. Clique na tela para iniciar
Protótipo com algumas telas de exemplo. Algumas etapas foram suprimidas e alguns elementos estão sem interação.
Acessibilidade
A acessibilidade é um elemento crucial na concepção da experiência do usuário, garantindo que todas as pessoas do público-alvo possam interagir com as aplicações. Uma prática recomendada é fornecer orientações claras sobre como os leitores de tela devem interpretar as interações e fornecer semântica adequada para que os usuários compreendam como interagir com a aplicação de forma eficaz. Isso promove a inclusão e melhora a usabilidade para todos os usuários.
Aprendizados
Com a conclusão desta etapa, encerrei o exercício de estudo. Caso prosseguisse, os próximos passos incluiriam o handoff com a equipe técnica, acompanhamento do desenvolvimento e lançamento no mercado, além do monitoramento dos resultados e a realização de novas iterações de descoberta para identificar melhorias incrementais visando a evolução contínua do produto.

Estou extremamente satisfeito por ter a chance de trabalhar nesse projeto, especialmente ao explorar o setor de transporte de mudanças de imóveis e refletir sobre essa área específica.

Através dessa experiência, adquiri um conhecimento mais profundo sobre a logística e o transporte de mudanças, fortaleci meu senso crítico e aprimorei minhas habilidades de gerenciamento de tempo, além de aperfeiçoar minha abordagem para o design e desenvolvimento de produtos de forma mais estruturada e eficiente em um prazo reduzido.
Aplicativo de mudanças | 2021
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